Polícia marca depoimentos de superintendente e advogado do Corinthians
A Polícia Civil de São Paulo marcou para a próxima quarta (4), às 15 horas, depoimento do superintendente financeiro do Corinthians, Luiz Ricardo Alves, conhecido como Seedorf. No dia seguinte, será ouvido o advogado Rui Fernando, que presta serviços para o clube.
Ambos foram chamados para deporem como testemunhas na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). As oitivas fazem parte do inquérito sobre os desdobramentos do pagamento de comissão por intermediação do contrato de patrocínio entre o Alvinegro e a Vai de Bet.
Em junho, o delegado Tiago Fernando Correia instaurou inquérito para apurar se houve prática de lavagem de dinheiro, entre outros possíveis crimes, na esteira do pagamento da comissão.
O caso começou a ser investigado após a coluna de Juca Kfouri no UOL mostrar que, depois de receber R$ 1,4 milhão do Corinthians, a Rede Social Media Design, apontada oficialmente como intermediaria do negócio, transferiu cerca de R$ 1 milhão para a Neoway Soluções Integradas. Segundo a investigação policial, a Neoway é uma empresa de fachada.
A polícia e o Ministério Público devem perguntar para o superintendente financeiro se ele tem detalhes sobre o pagamento da primeira parcela da comissão. O comissionamento total seria de cerca de R$ 25,2 milhões.
Já o advogado deve ser questionado sobre a elaboração do contrato e a partir de qual momento foi definido o pagamento de comissão para a Rede Social.
Em depoimento à polícia e ao Ministério Público, Alex Cassundé, dono da empresa intermediária do negócio, negou irregularidades na operação. Ele disse desconhecer que a Neoway seria uma empresa de fachada. O empresário afirmou que pagou pela implantação de um sistema de teleconsulta veterinária, mas que o serviço nunca foi prestado.
Cassundé também afirmou que apresentou o contato da Vai de Bet para o clube, mas não participou da negociação. Ele ainda disse que, inicialmente, não exigiu comissão. O pagamento teria sido oferecido ao empresário pela diretoria alvinegra.
O caso policial desencadeou uma debandada de diretores da gestão comandada por Augusto Melo e culminou com a rescisão contratual feita pela Vai de Bet. O clube é tratado como vítima pela polícia.
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